Os brises vegetais, também conhecidos como fachadas ou cortinas verdes, são estruturas verticais vegetadas que protegem edificações da radiação solar direta. A utilização desse tipo de infraestrutura tem como objetivo proporcionar maior conforto térmico, com consequente redução no gasto energético para resfriamento interno das edificações durante os meses mais quentes. Além da melhoria na qualidade de ar e estética, podem valorizar o imóvel e tornar as cidades mais atraentes. Existe também a possibilidade de o brise vegetal contribuir com a redução da entrada de ruídos externos na edificação, porém, atualmente não existem muitas pesquisas sobre o assunto.
Neste projeto foi planejada e implementada uma fachada verde experimental com trepadeiras da espécie Glicínia (Wisteriafloribunda) em uma casa popular unifamiliar com premissas sustentáveis, conhecida como Casa Popular Eficiente, localizada dentro do Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (Figura 1). O brise, por ser instalado em uma casa com tais premissas, foi projetado para ter baixo custo, simples implementação (não necessitando mão de obra especializada ou mudanças estruturais na casa), pouca manutenção atrelada e alta eficiência térmica.
Figura 1 – Brise vegetal cobrindo metade da face oeste da moradia unifamiliar
A vegetação sombreia a metade da parede oeste da casa, deixando assim, metade da parede exposta a raios solares. Este detalhe é importante para a realização de estudos térmicos na casa. Também, a vegetação perde suas folhas no período do inverno, proporcionando o aquecimento da parede atrás da estrutura justamente no período do ano em que isso é desejável (Figura 2).
Figura 2 – O brise vegetal em diferentes períodos do ano
Para a verificação da eficiência térmica são realizadas medições constantes com sensores com sistema Arduíno que registram dados com intervalos de 5 minutos de medição. Os sensores foram desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisas em Modelagem Hidroambiental e Ecotecnologias da UFSM especialmente para esse projeto de pesquisa. Para complementação dos dados, fotografias térmicas são capturadas eventualmente no local (Figura 3).
Figura 3 – Parede oeste da casa com registros térmico-fotográficos entre às 09h30 e às 16h00 do dia 10/12/2018 (horário UTC+3)
Na Figura 3 é possível perceber a evidente diferença térmica entre o lado direito da parede, que está exposto à radiação solar ao longo do dia, e a face esquerda, que encontra-se protegida dos raios solares.
Veja ao vivo as temperaturas no experimento do brise vegetal na UFSM