Biorretenções

O sistema de biorretenção utiliza o solo, plantas e micróbios para tratar a água da chuva antes que seja infiltrada. As águas pluviais escoam para o sistema, atravessam a camada superficial do solo (que atua como um filtro e serve de suporte para à vegetação), se armazenam temporariamente na estrutura e, finalmente, acabam drenando para as águas subterrâneas. Parte da água também é absorvida pelas plantas que participam ativamente no tratamento.

Esses sistemas promovem uma excelente remoção de poluentes do denominado “first-flush”, que corresponde à primeira parte da chuva que transporta consigo uma carga significativa de elementos poluentes e não são adequadas sequer para usos não potáveis.

Os sistemas de biorretenção adequadamente projetados removem sólidos em suspensão, metais, nutrientes e diminuiem o escoamento pluvial em áreas impermeabilizadas.

Ecotecnologias possui diversos experimentos para avaliar biorretenções para a diminuição do volume escoado e o tratamento das águas pluviais. A primeira é uma biorretenção tipo “fossa bananeira” (no caso, sem parede de ferro-cimento para poder permitir a infiltração de água no solo).

Biorretenção tipo Fossa Bananeira (Imagem obtida de Galbiati, 2009).

A biorretenção tipo “fossa bananeira” foi construída em 2010, e vem sendo avaliada continuamente desde então, fornecendo parâmetros para o dimensionamento mais adequado para as condições climáticas e construtivas brasileiras.

Monitoramento da qualidade de água de biorretenção

São realizados experimentos em pequenas escalas, no sentido de identificar as configurações de biorretenções que permitem um melhor desempenho, aliado ao menor custo. Esses experimentos podem fornecer respostas importantes sobre a capacidade de retenção do escoamento pluvial e de remoção de poluentes do escoamento de águas pluviais sob diferentes condições de projeto e operação (Le Coustumer et al., 2012; Liu; Fassman-Beck, 2017) e remoção de poluentes de águas pluviais (GÜLBAZ et al., 2015; TANG; LI, 2016; CHANDRASENA et al., 2017; GLAISTER et al., 2017; WU et al., 2017).

Como grande vantagem dessa escala de experimento está a flexibilidade em testar diferentes configurações de projetos de biorretenções até se chegar a um sistema capaz de desempenhar as necessidades da escala real, aumentando seu desempenho e sustentabilidade (Le Coustumer et al., 2009). Destaca-se, também, as menores demandas por tempo, espaço, materiais, custo e obras quando comparadas com experimentos em escala real.

Conjuntos de biorretenções com diferentes diâmetros.

Os resultados com diferentes configurações, estão mostrando a melhor combinação de materiais, plantas e substratos para garantir uma boa permeabilidade do leito filtrante, ao mesmo tempo em que garante a retenção dos poluentes, com eficiência próximas do 95%, ao passo de manter os custos dentro da realidade brasileira.