CHUVAS INTENSAS

As chuvas intensas são responsáveis pela erosão dos solos, pela concentração de águas pluviais em vales e zonas ribeirinhas. Assim, o conhecimento das relações entre intensidade, duração e frequência (relação IDF) dessas chuvas é de grande importância para o projeto de obras de controle de erosão, dimensionamento de aterros, estruturas hidráulicas de condução das águas pluviais, como galerias, bueiros, além de vertedores de barragens, vãos de pontes, entre outros. Essa linha de pesquisa, é complementar à linha de dados e hidrologia básica, uma vez que foca especificamente nas chuvas intensas dada a sua importância nos projetos e estudos da engenharia.

Dada a sua importância em projetos de drenagem, as relações IDF deveriam estar sempre atualizadas e disponíveis em um banco de dados acessível e simples, para que os profissionais da área tenham livre acesso. No entanto, a determinação das relações IDF é dependente da disponibilidade de dados pluviográficos, com discretização temporal pequena (10min-20min), com longos períodos de observação (normalmente maior a 20 anos) e com poucas falhas, condições que resultam em poucas relações IDF disponíveis no Brasil (BASSO et al., 2016; PACHALY et al., 2017).

Você está procurando IDFs?

Sugerimos perguntar na Prefeitura onde será implementado o projeto, mas caso não encontre, pode dar uma olhada aqui ou nos seguintes manuais e publicações: Atlas Pluviométrico do Brasil

Em caso de alguns estados, existem estudos específicos disponibilizados por pesquisadores ou órgãos estaduais e federais, como com exemplo:
Santa Catarina
Minas Gerais

Não achou a IDF para seu local ainda? Podemos auxiliar, siga as opções abaixo ou entre em contato:

  • Estimativa da relação IDF (intensidade – duração – frequência) num local sem dados para um projeto de microdrenagem (para durações inferiores a 2 horas):

Nesse caso pode utilizar com simplicidade a metodologia de Bell e outras descritas na publicação.

BASSO, Raviel Eurico; ALLASIA, Daniel Gustavo and  TASSI, Rutinéia. Vazão de projeto na microdrenagem em locais sem dados de precipitação: estudo para o Rio Grande do Sul. Ambient. constr. [online]. 2019, vol.19, n.3, pp.233-247. Epub June 10, 2019. ISSN 1678-8621.  https://doi.org/10.1590/s1678-86212019000300335.

A partir de informações de precipitação diária (que pode obter e, eventualmente, interpolar do site Hidroweb da Agência Nacional de Águas do Brasil ou similar) e utilizando essas metodologias é possível determinar de uma forma simples os dados de precipitação intensa para qualquer tempo de retorno e durações menores que duas horas.

Não dispõe sequer de precipitação diária observada, pode então usar dados de precipitação estimados por satélite, como na publicação abaixo:

BERNARDI, E. S., ALLASIA, D., BASSO, R., FERREIRA, P. F., TASSI, R. TRMM rainfall estimative coupled with Bell (1969) methodology for extreme rainfall characterization. Proceedings of the International Association of Hydrological Sciences, 369, p. 163-168, 2015.

  • Estimativa da IDF (intensidade – duração – frequência) num local sem dados para quaisquer duração:
    Nesse caso recomendamos utilizar a metodologia das ISOZONAS da forma descrita na figura e com mais detalhes e exemplos na publicação abaixo.

BASSO, RE ; Allasia, D.G. ; TASSI, R. ; PICKBRENNER, K. . Revisão das isozonas de chuvas intensas do Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental (Online), v. 21, p. 635-641, 2016.

Nesse caso, a IDF se obtém a partir de informações de precipitação diária (que lembramos que pode obter e, eventualmente, interpolar do site Hidroweb da Agência Nacional de Águas do Brasil ou similar) e utilizando as ISOZONAS é possível determinar de uma forma simples os dados de precipitação intensa para quaisquer local do Brasil para qualquer tempo de retorno.

 

  • Achou difícil calcular? Simplificamos o procedimento e você pode utilizar  o software Brasil IDF

 

De qualquer forma, não recomendamos a utilização dos valores médios das relações entre durações (coeficientes de desagregação) para o Brasil apresentadas por DAEE/CETESB (1980), tomando como base o estudo realizado por Pfafstetter (1957) para chuvas intensas porque os valores podem diferir significativamente de um local para outro e ser significativamente diferentes dos valores médios.